Galeria de mapas mentais Pneumonia na criança
O mapa mental da pneumonia infantil revela a situação comum de inflamação do parênquima pulmonar, causada principalmente por infecção, com ocasionais fatores não infecciosos. Nos países em desenvolvimento, as infecções do trato respiratório inferior são a principal causa de mortalidade infantil, afetando particularmente crianças menores de 5 anos. Isso indica a necessidade de fortalecer a prevenção de doenças; Melhorar a pontualidade das intervenções médicas é crucial para reduzir as taxas de mortalidade infantil.
Editado em 2023-07-08 20:59:06Pneumonia na criança
Definição
Quadro genérico de inflamação do parênquima pulmonar, na maioria das vezes de etiologia infecciosa e, em menor grau não infecciosa
Epidemiologia
Entre infecções do trato respiratório inferior é a principal causa de mortalidade infantil em países em desenvolvimento
19% das mortes de crianças com < 5 anos
Fatores de risco
Crianças < 2 anos:
Idade < 9 meses
Idade materna < 20 anos
Berçários
Creches
Escola
Aglomeração
Peso ao nascer < 2.500 g
Desnutrição
Desmame precoce
Falta de aleitamento materno
História prévia de pneumonia
Doenças pulmonares preexistentes
Asma
Fibrose cistica
Fistula traqueoesofágica
DRGE
Doenças neurológicas
Imunodeficiência congênita ou adquirida
Indicativo de pneumonia em < 5 anos
OMS:
Taquipneia + tosse
Valores da FR para valorização:
< 2 mese:
FR ≥ 60 irpm
2-12 meses:
FR ≥ 50 irpm
1-5 anos:
FR ≥ 40 irpm
Classificação da doença:
Sintomas respiratórios + taquipneia e ausencia de sinais de perigo:
Tratamento ambulatorial
Sintomas respiratórios + taquipneia +:
Estridor em repouso
Tiragem subcostal
Tiragem intercostal
Sinais de perigo
2 meses a 5 anos:
Mnemônico: Para pescar A VÓ, usa REMO e REDE
Alteração do nivel de consciência
Vomitos
Recusa de líquidos
Movimentos anormais em ultimas 72 horas
Redução do enchimento capilar
Desconforto respiratório grave
Doença grave! Internar
Pneumonia de repetição:
2 ou mais episódios em 1 ano, OU
3 ou mais episódios em qualquer período
Causas:
Asma
Principal causa na criança
Desnutrição
Corpo estranho
Cardiopatia
Imunodeficiência
Agamaglobulinemia
Fibrose cistica
Fenda palatina
Bronquiectasia congênita
Discinesia ciliar
Fístula traqueoesofágica
Neutropenia
Anemia falciforme
AIDS
DRGE
Patógenos específicos
Aspiração de bactérias da orofaringe
Mais frequente
Disseminação hematogênica
Disseminação por contiguidade
Streptococcus pneumoniae
Com exceção do periodo neonatal
Primeiros 2 anos de vida:
Etiologia viral
62%
Predominam
Vírus sincicial respiratório
Principal (29%)
Rinovírus
24%
Bacteriana
53%
Streptococcus pneumoniae
37%
Coinfecção vírus-bactéria
30%
Demais faixas etárias:
Principal Etiologia bacteriana
1º mês de vida:
Staphylococcus aureus
23%
Streptococcus pyogenes
20%
Escherichia coli
18%
1ºs 3 dias de vida:
Streptococcus agalactiae
57%
Escherichia coli
Listeria sp
Incomum no Brasil
1-3 meses:
Pneumonia afebril do lactante:
Agentes causais:
Principal são os vírus
Vírus sincicial respiratório
Ureaplasma urealyticum
Chlamydia trachomatis
Lactentes e pré-escolares:
Streptococcus pneumoniae
30-50%
Haemophylus influenzae
10-30%
Staphylococcus aureus
Bactérias gram-negativas
1 mês a 2 anos:
Vírus
Streptococcus pneumoniae
Haemophilus influenzae B
Haemophilus influenzae não tipavel
Staphylococcus aureus
2-5 anos:
Vírus
Streptococcus pneumoniae
Haemophilus influenzae B
Haemophilus influenzae não tipavel
Mycoplasma pneumoniae
Chlamydia pneumoniae
Staphylococcus aureus
A partir de 5 anos:
Germes típicos:
Streptococcus pneumoniae
Staphylococcus aureus
Vírus
Germes atípicos:
Mycoplasma pneumoniae
Geralmente IVAS precede a pneumonia
Chlamydophila pneumoniae
6-18 anos:
Vírus
Mycoplasma pneumoniae
Chlamydophila pneumoniae
Streptococcus pneumoniae
Mycobacterium tuberculosis
Lactentes e pré-escolares:
Streptococcus pneumoniae
Haemophilus influenzae
Staphylococcus aureus
Bactérias gram -
Padrões radiológicos
Radiografia de tórax somente se:
Dúvida diagnóstica
Complicações
Internação
Densidades pulmonares:
Broncopneumonia
Pneumonia lobar ou segmentar
Pneumonia intersticial
Broncopneumonia:
Staphylococcus aureus
Mais comum
Streptococcus pyogenes
Mais comum em:
Defesa imunitária baixa
Prematuros
Lactentes < 1 ano
Desnutridos
Doenças de base
Quadro radiológico:
Uni ou bilaterais
Únicos ou múltiplos
Multiforme
Limites irregulares
Dispersos ou confluentes
Lesões não respeitam segmentação pulmonar
Pneumatoceles e derrames pleurais
Comum se Staphylococcus aureus
Pneumonia lobar ou segmentar:
Mais comum:
Lactantes > 6 meses
Crianças maiores
Quadro radiológico:
Comprometem homogeneamente um lobo ou segmentos pulmonares
Geralmente causado pelo Streptococcus pneumoniae
Visualiza-se broncogramas aéreos
Principal agente:
Streptococcus pneumoniae
Pneumonia intersticial:
Mais comum por Mycoplasma e outros vírus
Quadro radiológico:
Aumento da trama broncovascular
Espessamento peribrônquico
Hiperinsuflação
Pode haver áreas de consolidação e atelectasias
Padrão reticular nas bases
Exame laboratorial:
Somente se:
Internação
Complicações
Complicações
Derrame pleural
Principal complicação das pneumonias bacterianas (40%)
Todo derrame > 1 cm deverá ser puncionado + internação
Diferenciar exsudato, transudato e empiema
Sempre pesquisar:
Não houver melhora clínica após 48-72 h com antibioticoterapia EV
Principais agentes etiológicos encontrados:
Streptococcus pneumoniae
Staphylococcus aureus
Haemophilus influenzae
Rx tórax
Velamento costofrênico
Linha concava hipotransparente
Incidência de Laurell
Avalia e quantifica o derrame
USG de tórax
Pequenos derrames
Avalia e quantifica o líquido para toracocentese ou drenagem
Tomografia
Derrame complicado
Avalia o comprometimento intraparenquimatoso
Identifica complicações
Ex: abscesso pulmonar
Diferencia o espessamento pleural de pulmão consolidado
Processo inflamatório pleural:
Pleurite seca
Pequena quantidade de liquido amarelo seroso na pleura visceral
Pleurite serofibrinosa
Secreção inflamatória em maior quantidade
Aumento na permeabilidade capilar pelo processo inflamatório local
Transudato
Transudação líquida por alteração na pressão hidrostatica e coloidosmótica
Exsudato
Transudação liquida + proteínas + células
As vezes pode haver bactérias
Definição bioquímica
Pelo menos 1 dos seguintes:
Proteína pleural > 3.0 g/dl
Razão proteína pleural/sérica > 0,5
LDH pleural > 200 UI/L
LDH pleural/sérico > 0,6
pH < 7,4-7,2
Pleurite purulenta/Empiema
Pus franco
Definição:
Bactérias na coloração de Gram +
pH <7,1-7,2 +
Neutrófilos > 100.000/mL
LDH do liquido pleural > 1000 UI/L
Pode evoluir:
Estágio exsudativo
Secreção livre entre as pleuras e espessa
Estagio fibrinopurulento
Septos fibrosos e loculação do fluido na pleura parieta espessada
Estágio de organização
Proliferação de fibroblastos e formação de cavidades absedadas
Pulmão fica envolto por carapaça inelástica
Pode colapsar
Indicação para drenagem torácica fechada:
Volume grande de líquido com desconforto respiratório, ex:
Taquipneia
Dispneia
Sat baixa
Pus franco
pH <7,1-7,2
Glicose < 50 mg/dl
Identificação de bactérias no líquido pleural
Por Gram ou cultura
LDH > 1.000 UI/l
Loculações
Manifestações clínicas:
Murmúrio vesicular abolido
Dor pleuritica ventilatório-dependente
Macicez à percussão
Diminuição do frêmito toracovocal
Atelectasias
Pneumatoceles
Pneumotórax
Necrose pulmonar
Pneumonia atípica
Acima de 5 anos de idade:
Principais bactérias na PAC
Mycoplasma pneumoniae
Chlamydophila pneumoniae
Ureaplasma Urealyticum
Pneumonia por Mycoplasma
Epidemiologia:
É o principal agente de pneumonias atípicas em > 5 anos de idade
Também conhecida como Pneumonia de Eaton
Comum em irmãos que moram juntos
Incidência máxima em adolescentes
Causa infecciosa mais comum de sindrome torácica em falcêmicos
Comum indutor de sibilâncias em asmáticos
Manifestações clínicas:
Quadro incidioso
Início gradual de:
Cefaleia
Mal estar
Febr ou febricula
Rinorreia
Dor de garganta
Coriza
Incomum
Rouquidão e Tosse
Pioram durante as 2 primeiras semanas
Tosse e expectoração persistem por mais tempo
Remitem em 3-4 semanas
Rash cutâneo
Evolução longa
7-21 dias
Complicações:
Otite média
Pericardite
Miocardite
Meningoencefalite
Eritema nodos
Síndrome de Stevens-Johnson
Achados laboratoriais:
Leucócitos totais e diferenciais normal
Velocidade de hemossedimentação elevada
Crioaglutininas inespecíficas
Primeiros anticorpos detectados
Titulos de 1:32 em 50% dos pacientes
Desenvolvem-se no final da 1ª ou 2ª semana
Aumentam em 4x até a 3ª semana
Achados radiográficos:
Inespecifico
Intersticial ou Broncopneumonia
Lobos inferiores mais comumente envolvidos
Pode ser unilateral
Diagnóstico:
Pneumonia em escolares e adolescentes + tosse proeminente:
Sugestivo de Mycoplasma pneumoniae
Sustentam o diagnóstico:
Crioaglutininas ≥ 1:64
Anticorpos IgM anti-mycoplasma pneumoniae
Tratamento:
Azitromicina
10 mg/kg/dia, cada 24 horas no 1º dia
Seguido de 5 mg/kg/dia, cada 24 horas nos outros 4 dias.
Claritromicina
15 mg/kg/dia, em duas doses diárias, por 10 dias.
Pneumonia por Chlamydia trachomatis
Pneumonia afebril do Lactente
Antecedentes de parto normal
Manifestações clínicas:
Surgem entre 1-3 meses de vida
Após o início da conjuntivite
Quadro incidioso
Tosse persistente
Taquipneia
Ausência de febre
Estertores a auscultação
Sibilancias é incomum
Achados laboratoriais:
Eosinofilia
Achados radiográficos:
Hiperinsuflação
Infiltrados intersticiais e alveolares
Tratamento:
Macrolídeos
Sindrome de Loeffler
Associado a baixas condições socioeconômicas
Áreas de precário saneamento básico
Parasitas que fazem ciclo pulmonar
Principais agentes:
Mnemônico SANTA
Strongyloides stercoralis
Ascaris lumbricoides
Necator americanus
Toxocara canis
Ancylostoma duodenalis
Manifestações clínicas:
Tosse
Sibilâncias
Dispneia
Exame de imagem:
Lesões algodonosas, arredondadas, que mudam de posição
Laboratório:
Eosinofilia > 10
Pneumonia viral:
Vírus sincicial respiratório
Principal agente, principalmente na lactância
Outros agentes:
Parainfluenzae
Adenovírus
Pode causar bronquiolite obliterante
Rinovírus
Varicela-Zóster
Influenza
Citomegalovírus
Herpes simples
Enterovírus
Mais comum no inverno
Manifestações clínicas:
Precededida por sintomas respiratórios:
Tosse
Coriza
Obstrução nasal
Febre
É mais baixa que a Pneumonia bacteriana
Cianose
Dificuldade respiratória
Maioria se recupera sem sequelas
Adenovírus pode causar bronquiolite obliterante
Diagnóstico:
Rx de tórax:
Infiltrados difusos
Hiperinsuflação
Leucometria:
Normal ou pouco elevada
< 20.000/mm3
Predomínio linfocitário
Diagnóstico definitivo:
Isolamento viral de amostra do trato respiratório
Técnica sorológica
Tratamento:
Medidas de apoio
Amantadina e Rimantadina
Somente se Influenza em início da infecção
Pneumonia bacteriana típica
Considerar doença subjacente se pneumonia recorrente:
Agamaglobulinemia
Fibrose cistica
Fenda palatina
Bronquiectasia congênita
Discinesia ciliar
Fístula traqueoesofágica
Neutropenia
Anemia falciforme
AIDS
DRGE
Etiologia:
Streptococcus pneumoniae
Bactéria mais comum em crianças com 6 meses a 5 anos
Principal agente em quadros típicos
Exceto em período neonatal
Crianças 6 meses a 5 anos:
O carreiam na nasofaringe
Sistema imune não é eficaz contra os polissacarídeos capsulares
Fatores de risco para doença invasiva:
Anemia falciforme
Asplenia congênita
Asplenia funcional
Disfunção esplênica
HIV
Pneumopatia crônica
Cardiopatias
Implante coclear
Nefropatia crônica
DM
Malformações do SNC com perda de liquor
Pode surgir como complicação do Sarampo
Staphylococcus aureus
QUANDO PENSAR?
Grave e rapidamente progressiva
Pneumonia de inicio abrupto rapidamente progressivo
Não é habitual em crianças higidas
Alertam para a possibilidade:
Histórico de afecções dermatológicas
Varicela infectada
Histórico de furunculose
Infecção supurada a distância
Ex: Osteomielite
Histórico de Traumas
Internação recente
Geralmente causa:
Broncopneumonia confluente com:
Extensa área de necrose hemorrágica
Áreas irregulares de cavitação
Manifestações clínicas:
A CLÍNICA É SOBERANA
Sintomas respiratórios + febre + taquipneia
Diagnóstico é clínico
Tomar cuidado para avaliar a FC em obstrução nasal
Lactentes e crianças menores:
Padrão clínico mais variavel
Crianças maiores:
Calafrios
Seguido por febre alta
Febre alta
Tosse
Dor torácica
Lactentes:
IVAS precede o início da pneumonia
Termina com início abrupto de:
Taquicardia
Taquipneia
Febre ≥ 39ºC
Inquietude
Dificuldade respiratória
Batimentos de asas nasal
Retrações intercostais e subcostais
Rigidez de nuca sem infecção meningea
Principalmente em afecção de Lobo pulmonar superior direito
Crianças e adolescentes:
Semelhante ao adulto
Pode ser precedida por IVAS
Calafrios
Febre até 40,5ºC
Retrações costais
Batimentos de asas nasal
Macicez à percussão
Murmúrio vesicular diminuído
Estertores creptantes
Pode haver derrame pleural concomitante
Sinais clássicos de consolidação:
Surgem no 2º-3º dia de doença
Macicez à percussão
Sopro tubário
Desaparecimento dos estertores
Aumento do frêmito toracovocal
Broncofonia aumentada
Esforços respiratórios em repouso:
INTERNAR
Tiragem subcostal
Tiragem intercostal
Retração de fúrcunla esternal
Achados laboratoriais:
Leucometria elevada
15.000-40.000/mm3
Predominio polimorfonucleares
Se < 5.000/mm3
Péssimo prognóstico
Isolamento por hemocultura:
Até 30% dos casos
Isolamento do liquido pleural:
> 50% dos casos
Achados radiográficos:
Padrão clássico:
Pneumonia lobar com hepatização
Pode haver disseminação pela parede bronquiolar ou via hematogênica
Pode haver broncopneumonia
Não realizar radiografias seriadas em seu curso
Infiltrado tem resolução somente após varias semanas
Com a criança bem
Pode haver pneumatoceles
Principal por Staphylococcus aureus
Pode haver derrame pleural parapneumônico
Principal é o Streptococcus pneumoniae
Pode haver empiema pleural
Por antibioticoterapia retardada
Alta sugestão de pneumonia por staphylococcus:
Tratamento:
Ambulatorial
Penicilina
Droga de escolha no Brasil
Amoxicilina
Droga de 1º escolha no tto ambulatorial
Crianças 2 meses a 5 anos
50 mg/kg/dia, VO, cada 8 ou 12 horas, por 7-10 dias
Formulação BD - cada 12 horas
Penicilina cristalina
Se internação
100.000-200.000 U/kg/dia, EV, cada 4 ou 6 horas, por 10-14 dias
Casos mais graves:
Oxacilina + Ceftriaxona
Reavaliação em 48 h ou antes
Rx não é obrigatório
Febre persistente sem derrame pleural:
Descartar outras complicações
Amoxicilina 80-90 mg/kg/dia
Amoxicilina + Clavulanato
Haemophilus e Moraxella
Cefuroxima
Haemophilus e Moraxella
Hospitalar
Indicações para internação:
Criança de até 2 meses
Complicações
Tiragem costal, subcostal, batimentos de asas nasais
Sinais de perigo
Estridor em repouso
Exames laboratoriais
Rx de tórax
Antibioticoterapia
Ampicilina 200 mg/kg/dia
Penicilina cristalina 150.000-200.000 U/kg/dia
Criança até 2 meses:
Ampicilina ou Penicilina + Aminoglicosídeo ou Cefalo 3ª geração
Se Staphylococcus
Oxacilina
< 40 kg
50 mg/kg/dia, dividido em 6 doses diárias
> 40 kg:
250-500 mg, cada 4-6 horas
Se persistencia da febre?
Avaliar Rx
Avaliar complicações
Sem complicações
Ampliar o espectro do atb
Cefalosporina de 3ª gen.
Atípicos?
Macrolídeos