O panoptismo e o panóptico é uma tecnologia de poder que gera eficiência acima de qualquer vantagem no controle dos indivíduos.
Na obra Vigiar e Punir, o autor tenta mostrar o panoptismo como sistema de vigilância e controle exercido sobre os presos, os operários das fábricas, nas escolas e nos conventos.
O Panóptico funciona como uma espécie de laboratório de poder. Graças a seus mecanismos de observação, ganha em eficácia e em capacidade de penetração no comportamento dos homens; um aumento de saber vem se implantar em todas as frentes do poder, descobrindo objetos que devem ser conhecidos em todas as superfícies onde este se exerça. Foucault (2005, p.169)
O panóptico permitiu aperfeiçoar o exercício do poder no final do séc. XVIII. O poder disciplinar panóptico, por meio da visibilidade, da regulamentação minuciosa do tempo e na localização dos corpos no espaço, possibilitou o controle sobre os indivíduos vigiados, de forma a torná-los dóceis e úteis à sociedade, instaurando, dessa forma, uma nova tecnologia do poder.
O panóptico foi desenvolvido a partir do “princípio de que o poder devia ser visível e inverificável”
Godinho (1995) analisava o panoptismo como uma forma de poder que vai produzir o exame, um saber de vigilância que regula a vida dos indivíduos e se constitui a base do poder-saber que produzirá as ciências humanas.
Até o final do século XVII o poder sobre a vida se apresentava sob duas formas complementares: na ideia de corpo como máquina e no seu adestramento visando sua utilidade e docilidade.
No século XVIII, o exercício do poder passou a incidir sobre o corpo-espécie. Com isso, o poder passou a ser exercido por meio dos mecanismos permanentes
de vigilância e controle.